Lambeth – Londres
- Brooke... Acorde! BROOKE! – Dizia desesperada a mulher que vasculhava a gaveta do armário.
- O que foi Becky? – Respondeu, um tanto anestesiada pelo recém despertar, uma mulher extremamente igual à outra, deitada na cama. – Já conversamos sobre isso, hoje é sábado e eu posso dormir mais um pouco. – Ela rolou para o lado se espreguiçando e descobriu um homem, nu e incrivelmente quente, ao seu lado. – Oi delícia, como veio parar aqui?
- Brooke, cale essa boca e saia já do meu quarto com esse... trouxa! – Urrou a morena, um tanto raivosa. - E hoje não é sábado, mas sim domingo. Draco chegará para nos levar para almoçar, lembra? Você precisa maneirar na bebida. – Disse ao mesmo tempo em que tirou uma meia calça da gaveta.
- PORRA, hoje é domingo? – Fez cara de assustada e chutou os lençóis e depois voltou a sorrir maliciosamente – Acho que exageramos ontem a noite não é Twin? Sexo a três, no seu quarto, com um trouxa...
- Por favor, não estrague tudo com Draco. Suma com esse trouxa. Mate-o, prenda-o faça o que quiser. Troque-se e desça, este almoço é importante.
- Ok, estou indo Srta. Tudo-Tem-Que-Estar-Do-Meu-Jeito – Levantou, olhou para o homem que parecia confuso e rolou os olhos – Trouxas. – vestiu um roupão, pegou sua varinha, as roupas do homem e o conduziu para fora do quarto.
Levou-o escada abaixo, lançou-lhe um feitiço simples de memória, abriu a porta para ele ir, mas não imaginava que daria de cara com um lindo loiro de olhos acinzentados. Era musculoso, estava vestido socialmente, muito gostoso.
- Da próxima vez que Brooke trouxer um trouxa para esta casa, eu mato. – Disse enquanto o trouxa ia embora, completamente confuso. Olhou para o homem loiro parado a porta. – Oi gato, quer entrar? – Afastou mais a porta para que pudesse entrar. Ele, por sua vez, não tirava os olhos da abertura do roupão.
Assim que fechou a porta, ele se sentou no sofá e ela sentou por cima levando seus lábios aos dele e beijou-o com certa gula enquanto, rapidamente, suas mãos deslizaram pelo volume dos seios e abriram o roupão, deixando o ombro esquerdo nu.
Ele desceu os lábios pelo pescoço da morena e mordiscou levemente, fazendo-na soltar um gemido baixo, uma de suas mãos encaixou em forma de concha no seio esquerdo, a mostra, enquanto a outra apertava sua coxa. Ela levou a mão ao membro semi ereto nas calças dele e apertou cuidadosa e gostosamente, fazendo-o abafar um gemido rouco em seu pescoço. Deixou a cabeça tombar para trás, enquanto ele levava seus beijos ao seu colo, as mãos ágeis dele logo estavam subindo pelas coxas, caçando seu sexo úmido e nu por baixo do roupão.
Penetrou-a com um de seus compridos dedos e começou um entra e sai suave, indo fundo e saindo. Sua língua deslizando pela pele macia do pescoço.
- Brooke, eu acho que falei pra você ir se trocar. Estamos atrasados.
A voz de Becky soou do alto da escada. Draco parou onde estava, afastou a moça e olhou seu ombro esquerdo, então puxou o outro ombro do roupão, deixando o ombro direito a mostra. Este havia uma pequena tatuagem de um pentagrama circulado com fogo. Fez uma cara de “eu já devia saber”. Becky desceu as escadas e Brooke se levantou do colo do cunhado, encarando a irmã gêmea que usava um vestido curto, tomara que caia azul safira.
- Só estava esquentando ele pra você! – Disse atrevida e deu uma piscadela para a irmã, que revirou os olhos e se sentou ao lado do namorado. – Não vou demorar. Como se isso importasse. – Subiu as escadas.
- Sério que pensou que fosse eu?
- No começo sim, ela ameaçou matar o próximo trouxa, esse é o típico jeito Rebecca de ser. Mas ela não tentou perguntar algo sobre o plano. Eu deveria ter desconfiado, mas acabei me entretendo com outra coisa...
- Tudo bem Draco, como se nunca tivéssemos feito isso antes.
A vida das gêmeas idênticas, Crawford, sempre fora assim. A única aparência física que as diferenciavam era uma pequena marca de nascença, na qual Brooke carregava no ombro direito e Rebecca no esquerdo. Mas, aos quinze anos, cobriram-na com tatuagens. No tempo escolar freqüentaram Hogwarts, onde pertenceram a casa de Slytherin, um ano mais novas que Draco Malfoy. Desde o 3º ano, Becky e Draco eram namorados, mas as duas se divertiam por serem iguais e uma assumia o lugar da outra. Draco soube disso e nem se importou, é claro, ter duas mulheres é o sonho de todo homem.
Elas sempre foram bonitas, com cabelos negros e sedosos, ondulados e compridos até o meio das costas. Donas de intensos olhos azuis, os quais herdaram de Gerard Montgomery, seu pai biológico. Sempre em destaque com a pele branquinha, tipicamente européia, e os lábios carnudos e rosados. Também tinham belos corpos, capazes de dar inveja a qualquer menina e deixar louco qualquer rapaz.
Suas personalidades eram parecidas em essência, egoísmo, prepotência, arrogância. Não tinham um pingo de respeito por qualquer um, eram maldosas e adoravam humilhar alguém. Sempre foram populares, desde a época da escola. Hoje em dia todo o mundo bruxo conhecia as gêmeas Crawford que, junto com Draco Malfoy, construíram um império da luxúria e ganância.
Rebecca era a mais fria e calculista, séria e metodista. Tudo tinha de estar planejado e se seguir conforme o plano, tudo precisava ser milimetricamente calculado e bem elaborado, para que nada falhasse. Brooke era mais “Curtir a Vida”, sedutora e extrovertida. Vivia se metendo em roubada. Era muito boa em Planos B, improvisar, sair de alguma enrascada. Não gostava muito de pensar, mas quando necessário, tinha idéias geniais. Álcool e sexo era imprescindível na vida das duas.
Aos 15 anos, nas férias escolares, haviam tido um desentendimento com a mãe e, como tudo na vida delas se resumia em vingança, decidiram descontar. Encontraram um diário que escondia muitos segredos, mais do que elas podiam, sequer, imaginar. Por conta dessas informações, a mãe e o padrasto morreram.
Elas nunca contaram a ninguém o que havia nesse diário, nem contaram sobre a existência dele. Até um mês atrás, cinco anos após a queda de Voldemort, quando Draco o viu e perguntou o que era e Rebecca explicou ao namorado. Desde então ele e Becky andavam muito estranhos e Brooke percebeu, mas pensou que deveria ser alguma crise após tantos anos de namoro ou que finalmente iriam se casar e queriam surpresa, mas esta possibilidade era quase nula. Era a primeira coisa que Becky não contara a irmã, mas era melhor assim, B. era meio cabeça de vento, sem contar que falava demais quando estava bêbada. Se ela soltasse qualquer coisa e alguém acreditasse, seria o fim de tudo, de todo o ‘plano’. É claro que, futuramente, quando tudo já estivesse encaminhado, a irmã saberia, mas não agora.
- Mas e o plano Draco? – Ela o encarou um tanto séria.
Ele respirou fundo, apoiou a mão sobre a coxa da namorada. - Vamos ter essa reunião com ele hoje, mas duvido que possa ser quem a precisamos. Nós estamos falando de magia negra muito antiga, pactos inacabados. Ainda acho que deveríamos contar a B., é ela quem sempre lia o diário do seu pai, quem se aproximou mais desse mundo e...
- Eu já falei Draco, Brooke é muito imatura para este tipo de plano, ela não poderia ajudar mais do que eu e, além disso, poderia acabar com tudo com duas doses duplas de uísque! Sem contar que existe muito mais além daquele diário, eu ainda não lhe mostrei. Eu e B. encontramos muito mais na biblioteca da nossa antiga casa, tudo que a minha mãe fez da última vez, como quebrar os selos, anotações do meu pai, enfim. Trouxemos tudo para nossa biblioteca, é onde B. se enfia sempre que quer fugir da realidade.
- Ainda assim, ele não parece ser forte para ser um recipiente.
- Não custa checarmos.
- Checarmos o que? – Brooke descia as escadas usando um lindo vestido preto, frente única, com um generoso decote nas costas e incrivelmente curto. Era inacreditável a habilidade que as gêmeas tinham de ficar sexy sem serem vulgares.
- Nada que valha a pena você queimar seus neurônios, aliás, você está linda B. – Disse Draco piscando para ela.
- Obrigada cunhadinho, adoro a sua sinceridade. – Ela sorriu maliciosa e já havia se esquecido do que eles iriam checar, nada como um elogio para sugar qualquer coisa daquela mente, Draco e Becky sabiam muito bem.
***
O almoço estava uma droga. Draco e Becky não paravam de cochichar enquanto o convidado quase não falava. Ele até era um pouco charmoso, mas tinha um ar arrogante. Não que B. não gostasse, ela sempre se divertia tirando a pose desses caras, fazendo-os implorar por mais na cama. Mas ela estava incrivelmente estressada com a situação e ambiente que não dava em nada, não chegava a lugar algum. Becky tinha dito que era uma reunião de negócios, muito importante para Draco, mas o convidado quase não falava e a irmã e o cunhado perguntavam a ele coisas totalmente sem sentido como: quem eram seus pais, se tinha filhos, onde nasceu e etc. Nada fazia sentido ali e ela já estava bem entediada quando os dois se levantaram da mesa, levantou-se também, pensando que iriam embora.
- Nós temos que conversar um pouco B., fique fazendo companhia para o Sr. Van Der Bilt. – Disse Becky e se afastou, enquanto Brooke se sentava novamente com sua maior cara de desprezo.
- Draco, este homem não pode, de jeito nenhum, ser o recipiente. Eu li a mente dele, nada de anormal, ou nada que ele lembre. Todos os fatos indicavam que ele havia sobrevivido a uma possessão, mas, a menos que a mente dele foi apagada, não há nenhum registro útil, nós não podemos arriscar todo o plano por um...
- Eu sei Becky, acalme-se, por favor. Eu havia dito que achava que ele não seria o nosso cara. Creio que devemos continuar procurando, mas algo me diz que nós já achamos e não percebemos. De qualquer forma, precisa me mostrar o resto das coisas na tua casa.
Becky soltou um pesado suspiro e concordou com a cabeça. Não haviam reparado, mas estavam parados muito próximos da porta do banheiro masculino. Por conta da tensão e cochichos, estavam um bem próximo do outro.
- Ok, eu mostrarei assim que chegarmos em casa. – Draco estava fitando os seios de Becky, apertados pelo tomara que caia. Ela não prestou atenção e se virou para voltar a mesa, mas Draco a segurou e a puxou de volta, pelo braço, empurrando-na contra a porta, que se abriu, fazendo-os entrar no banheiro masculino.
- Brooke pode esperar mais um pouco. – E sorriu malicioso para ela que retribuiu com toda a malícia.
Quando Becky e Draco retornaram a mesa encontraram apenas o Sr. Van Der Bilt. Ele disse que Brooke apenas tinha levantado e ido embora, gritando algo como “Eles me trouxeram nessa merda cheia de trouxa pra que? Esperar eles se comerem no banheiro? Vão todos para o inferno!”.
Pediram desculpas ao convidado, pagaram a conta e, ao saírem do restaurante, alteraram a memória dele para que não se lembrasse desse almoço.
Ao chegar em casa, foram direto para a biblioteca, onde encontraram Brooke adormecida em cima de alguns livros e o diário de seu pai. Draco a levou para seu quarto e a colocou na cama, logo em seguida voltou.
- Quando mamãe contou ao papai que estava grávida, ela já estava casada com James e ele pensava que éramos filhas dele, mas ela mandou uma carta a ele que veio nos ver, assim que nascemos. Tiraram essa foto, – Mostrou a contra-capa do diário do pai, onde havia uma foto de um homem e uma mulher, cada um segurando um bebê lindo, com cabelos negros e os olhos azuis. – depois disso, mamãe pediu ao papai para nunca mais a procurar. Ele não se conformava, mas seguiu o pedido dela. Até que, quando tínhamos quatro ou cinco anos de idade, mamãe mandou outra carta pedindo a que ele viesse nos ver. Ele veio e pensando que ela queria que ele vivesse com ela, que pudesse ter algum direito como pai, trouxe tudo o que tinha nessa vida. Seu diário, outros livros sobre coisas paranormais e sobrenaturais... E como você sabe, ele foi morto, e ela ficou com tudo o que ele trouxe. E depois que mamãe e James morreram, nós buscamos o que havia lá e trouxemos pra nossa biblioteca, inclusive o diário de minha mãe.
Draco pegou o livro com capa azul turquesa, que era o diário de Kathy, e o folheou.
- Mas então temos praticamente tudo aqui.
- Não tudo, mas o bastante. Draco, - Ela colocou a mão no ombro dele. – se você perceber, o maior foco de ocorrências sobrenaturais aconteceu na América, talvez...
- ...talvez devêssemos ir pra lá. É, - Ele ficou pensativo por alguns instantes, mas parecia convencido. - faz sentido. Precisamos falar com B., ela não vai ficar aqui sozinha, não é?
- Não, ela vai com a gente, definitivamente.
- Já que vamos pra lá, iremos direto para Detroit. Victor, lembra-se dele? Jura que Lúcifer possuiu alguém lá. E alguém que foi forte o suficiente para suportar Lúcifer, pode ser o nosso homem.
- Espere. – Becky pegou o diário do pai e começou a folheá-lo, achou uma foto de um homem segurando um garotinho de olhos muito verde e cabelo louro escuro. – Aqui, veja, este homem, caçou junto com meu pai algumas vezes. Talvez possa nos ajudar indiretamente, claro, não iria querer nos ajudar com nosso objetivo, mas podemos tirar algo dele, só precisamos achá-lo.
- Ótimo, está decidido, nos mudaremos para Detroit o mais rápido possível.
Creston – Iowa
Eram quase cinco da manhã quando o Impala 67 estacionou em frente a um mercadinho de conveniência e, de dentro dele, um castanho alto desceu, batendo a porta as suas costas.
- Sam, não se esqueça da minha torta! – O segundo homem, no volante, fez questão de relembrar o irmão. Colocou seus óculos escuros, apesar da escuridão, aumentou um pouco o volume do toca fitas e deitou a cabeça sobre o encosto do banco, relaxando depois de tensas horas de estrada.
Sam, por sua vez, apenas fez um aceno com a cabeça e entrou no estabelecimento. Apanhou algumas garrafas de água, alguns pacotes de batata e quatro cervejas, sem esquecer, claro, a torta do irmão. Direcionou-se ao caixa e deu uma nota de vinte ao homem que o analisava com atenção. Era um homem baixinho e barrigudo, calvo e grisalho. Tinha os olhos castanhos meio fundos e uma curiosidade que Sam não conseguia descobrir de onde viria.
- Então? – Perguntou.
Deu o troco rapidamente. Sam fez um sinal de agradecimento, ensacolou suas compras e saiu do local, voltando ao Impala que o esperava.
- Dean?! – Chamou e abriu a porta, entrando novamente. Ajeitou-se no banco de couro e cutucou o homem de cabelos louro escuro que havia pegado no sono.
Saltou com o cutucão e seus óculos foram parar no banco traseiro. Seus grandes e assustados olhos verdes encararam o irmão. – Ah, é você... trouxe a minha... – Mas antes que pudesse terminar a frase, Sam estendeu a sacola para ele e apanhou uma cerveja na outra.
- Há algum motivo especial para termos parado aqui?
- Na verdade não, eu só estou cansado e com fome, então levarei nossas bundas gordas para o motel mais próximo assim que acabar com a minha deliciosa torta. Está servido? – E enfiou na boca uma colher de plástico, cheia de torta.
- Acho que precisamos de descanso depois de tantas horas acordados.
- Acho que eu deveria falar isso, você passou o caminho inteiro babando ao meu lado.
Logo que terminou, Dean deu a partida no carro novamente e direcionou-se para o motel mais próximo, onde estacionou e desceram. Passaram rapidamente pela recepção e subiram rumo quarto, com duas camas de casal.
O mais baixo dos dois arrancou a jaqueta de couro e as calças, e pulou, de bruços, na cama, esparramando-se folgadamente sobre o colchão. O outro arrumou sua jaqueta sobre a poltrona e encaminhou-se para o banheiro, onde tomou um demorado banho antes de cair na cama.
O radio relógio da cabeceira acusava quase 3 horas da tarde quando o celular de Dean tocou, no bolso da calça jogada no chão. Ele se virou e cobriu a cabeça com o travesseiro, mas Sam se curvou e pegou o aparelho, atendendo-o.
- Alô? – Disse com a voz de sono.
- Dean? – Uma voz feminina soou ao outro lado da linha, mas Sam não a reconheceu.
- Ele está dormindo, quem fala?
- Sam, deixe-me falar com ele, é Lisa! – Os olhos do castanho se arregalaram e ele, rapidamente, saltou da cama, acordando o irmão.
- Qual é, Sam? Não é o apocalipse... de novo...
- Dean, é Lisa! – Ele arregalou os olhos e se sentou rapidamente, tentando recobrar a consciência.
Estendeu a mão para apanhar o celular. – Lisa?!
- Dean, quando voltará para casa? Estamos preocupados. Já faz tanto tempo desde a última vez que veio nos ver.
- Lisa, eu não posso ainda, Sam e eu estamos resolvendo alguns assuntos.
- Você me prometeu que largaria dessa vida. – Choramingou a voz cansada da mulher.
- Já conversamos sobre isso... – Disse, tentando convencê-la e encarou Sam que o observava com atenção.
- Faz dois anos que Sam voltou, Dean, e desde então você nunca parou em casa mais do que dois dias, eu quero o meu namorado de volta, pode falar isso a Dean Winchester?
Ele soltou um pesado suspiro. – Como está o garoto?
- Ele está bem, mas estou falando de mim, de nós, Dean!
- Lisa... – Ele parou e soltou um segundo suspiro, mordendo os lábios. – Eu não queria que fosse assim, mas você sabe como é a minha vida, o meu irmão... É uma tradição, salvar vidas, caçar coisas, o negócio da família e não podemos, simplesmente, largar fingir que está tudo perfeito e que o mundo é bom.
- Dean, estou falando de constituir uma família.
- Eu quero que meus filhos, se algum dia eu os tiver, vivam em um lugar melhor, longe de todo esse mundo, por isso preciso fazer dele um mundo melhor.
Sam e Dean se encaram por alguns instantes e então, o castanho, percebeu onde o irmão iria chegar.
- Dean, não!
- O Dean Winchester que você ama não existe, nem nunca existiu, eu não nasci para isso. Não existe mais nós, Lisa. – Soltou, apertando polegar e indicador das temporas. – Infelizmente eu tenho coisas a fazer... O tempo que passamos juntos foi ótimo, mas não passou de contos de fadas, não posso continuar nos iludindo sabendo o que está me esperando pelo mundo, sabendo que posso estar trazendo problemas e prejudicando vocês.
- Dean... – Ela soltou um suspiro fraco seguido de um soluço e então nada mais foi ouvido além de “tu tu tu”.
- Não acredito que fez isso!
- Sam, por favor, agora não. – Colocou o telefone sobre o criado mudo e voltou a deitar.
- Você é completamente idiota, Dean, a sua chance de fazer diferente, ser feliz, e então jogou tudo para o alto novamente. – Dizia incrédulo.
- É o fardo Winchester, Sam... encare nossa realidade. – Abraçou o travesseiro e se calou.
Sam se deitou de barriga para cima, encarando o teto, os braços atrás da cabeça e ficou pensando. Tinha mesmo de ser assim? Depois de tanto sofrimento e situações difíceis, ainda precisavam continuar vivendo desta forma? Abdicando de sua felicidade em prol do bem da humanidade e pessoas que nunca viram na vida? A única resposta que se passava em sua mente era: “Merecemos paz”, mas Dean não pensava assim, não ainda. Apesar de estar cansado, e isso ser expresso em sua face, ele ainda continua forte e convicto da decisão de continuar a jornada que seus pais, seus avós, iniciaram. O que o incomodava, já que, desde muito novo, Sam quis sair dessa vida. Embora os anos tivessem feito com que mudasse de idéia, hoje, o pensamento de poder ser um rapaz normal, assolava sua mente novamente, fugir de tudo aquilo, fingir não saber de nada, esquecer que, um dia, já viu tanto horror e desgraça.
Quando Dean acordou, as seis horas da tarde, um bilhete estava sob o celular.
“Saí para arejar a cabeça, volto mais tarde.”
Coçou os olhos e jogou as pernas para fora da cama, levantando-se. Direcionou-se para o banheiro, deixando o que ainda tinha de roupa cair pelo caminho. Abriu a torneira e entrou embaixo do chuveiro. Todos os pelinhos de seu corpo se eriçaram quando a água gelada entrou em contato com sua pele, seus olhos se apertaram, tentando suportar a temperatura e ela, aos poucos, começou a mornar. Apanhou o sabonete e o deslizou pelo corpo, formando uma espuma branca sobre a pele, ensaboou-se e enxaguou, pegando o xampu para lavar os cabelos. Massageou o couro cabeludo por alguns instantes e o enxaguou também. Fechou o chuveiro e puxou a toalha, enrolando-a na cintura e saiu do banheiro, molhando todo o chão.
Em sua cabeça ainda martelavam suas ultimas palavras a Lisa, antes dela desligar o telefone. Tinha certeza que nunca mais a veria, já que sabia que o que dissera magoara tão profundamente quanto se tivesse dado um murro em seu filho, mas tinha de ser assim, era um meio de proteger a ela e o garoto. Dois anos se passaram desde o retorno de Sam da prisão de Lúcifer, era verdade, e desde então não parara em casa mais de um final de semana, como ela mesmo fizera questão de lembrar. Ele havia prometido a ela, a si mesmo, que largaria essa vida de caçador e se dedicaria à família que pensavam em constituir, mas o peso da responsabilidade, o saber demais, puxou-o de volta para a vida que seu pai ensinou a ter. Não podia, simplesmente, se fingir de normal, ele era mais que isso.
Sentou-se na cama, e as duas mãos se firmaram em seu rosto. Logo a porta do quarto se abriu e ele viu um Sam aflito.
- O que houve, Cara?
- Acho que não estamos aqui por acaso, como sempre, Dean. Na cidade está havendo uma série de assassinatos, todos ligados a quem esteve nessa mansão mal assombrada. Eu estava lendo o jornal e fui averiguar o caso, não consegui muita coisa, mas pessoas estão morrendo.
- Você procurou sinais de presságio? Alguma coisa que ligue os ocorridos a demônios? – Levantou-se e tirou a toalha, vestindo a cueca e a jeans surrada em seguida.
- Não, nenhum presságio. Acho que deve ser algum fantasma...
- Bom, então vamos descobrir quem é, onde está enterrado, salgar esse maldito e fazê-lo se tornar cinzas. - Ele sorriu, por um instante, afastando todos os pensamentos relacionados a ex.
- Não acho que seja tão fácil assim, Dean. – Ele levantou um caderno onde muitos nomes estavam escritos. – Eu estive na biblioteca, procurando por todos os que já moraram ali, e não são poucos. Mas a questão é que há uns 10 anos a casa não é habitada, e desde então se criou a lenda de que era mal-assombrada. Mas os assassinatos só começaram a ocorrer agora. Para ser mais preciso, a primeira morte ocorreu há três dias e hoje foram encontrados mais dois corpos.
- Ok! Vamos estudar a cidade... – Sorriu e vestiu sua jaqueta, apanhou as chaves do Impala e saiu. Sam foi atrás.
Os dois seguiram para um bar, onde provavelmente tirariam alguma informação de alguém. Entraram e logo se aproximaram do balcão, onde Dean, costumeiramente, já pediu sua cerveja.
- Cidade pequena, as notícias correm rápido Sammy. – Deu uma cotovelada no irmão. Sam apenas rolou os olhos e o seguiu. Dean levou o gargalo aos lábios. – Uau, não fazem mais garçonetes como você lá no Kansas. – Sorriu para a mulher atrás do balcão, que acabara de servi-los e retribuiu o sorriso.
- Mais alguma coisa? – Ela era realmente bonita. Tinha os longos cabelos louro-acinzentado, presos em um rabo de cavalo e os olhos castanhos claro. Dean abriu a boca para responder, provavelmente com outra cantada, quando Sam o interrompeu.
- Não muito obrigado. – Deu um rápido sorriso falso e olhou para o irmão com incredulidade. Como ele podia fazer isso, sendo que acabou de terminar um relacionamento?
- Ah, não venha me dar lições de moral Sammy. A vida continua e foi você mesmo quem me tirou da minha “vidinha perfeita”. Com licença, vou recolher pistas. – Pegou sua cerveja e se afastou, olhou para Sam, que estava fitando o traseiro da garçonete agora. Ela estava atendendo alguma outra mesa. – Hey, Sam, eu a vi primeiro garanhão. – Sorriu e foi em direção a ela. Sam por sua vez virou de volta para o balcão e tentou prestar atenção na conversa ao lado.
- ...coitado do Sr. Johnson. Tudo bem que os meninos não eram assim tão bons, viviam se metendo em encrenca na escola, mas perder dois filhos de uma só vez! – Dizia um sujeito de terno com uma cerveja nas mãos.
- Sim, acho que não desejo isso nem para a pior pessoa do mundo. Digo isso como pai. Mas onde é que os irmãos foram encontrados?
- Não sei nem como repetir isso, mas o psicopata deve ser muito doente. Entrou na casa dos garotos e decepou a cabeça de um. O outro deve ter tentado fugir, o corpo estava jogado no jardim, dilacerado.
- Meu Deus, que horror. Espero que prendam logo esse assassino. É a terceira morte em três dias e... – Os dois pareciam muito assustados e Sam prestava atenção em cada palavra dita quando Dean chegou atrás dele e o assustou.
- Sabe Sammy, você anda muito viadinho ultimamente. Está ficando medroso, não pega uma mulher há, sei lá, dois anos? Precisamos fazer algo quanto a isso urgentemente.
- Cale a boca Dean. Descobriu alguma coisa?
- Sim... – Dean tirou um papel do bolso e balançou na frente do irmão. – Consegui o telefone da Kathy, a linda garçonete. Há!
- Dean... eu não acredito que...
- Relaxe, enfezadinho do oceano. Eu descobri pistas também. Venha, vamos visitar Elliot Thompson.
- Quem...?
- Eu te explico no carro, vamos.
***
- Espere, deixa-me ver se entendi. Elliot esteve na mansão com Jennifer Berry no dia em que ela foi assassinada pelo nosso fantasma? E há outra garota desaparecida? Amanda Murtough? Você acha que essa Amanda pode ter sido morta pelo fantasma dentro da mansão?
- Exatamente. Por isso viemos aqui ver o Elliot. Saber o porquê dele não ter morrido também. Mas não contávamos que ele não estivesse em casa. Portanto eu vou ficar aqui e esperar e você pode ir para o motel descansar, talvez.
- Por que isso não soa bem, Dean? – disse Sam desconfiado.
- Relaxe, cara. É sério, precisa parar de se preocupar a toa.
Sam ainda relutou um pouco, mas deu uma chance ao irmão, a final, o que ele poderia fazer? Sem contar que não conseguiu dormir após o telefonema de Lisa e estava exausto. Dean o deixou no motel e voltou com o carro para a casa de Elliot logo depois de passar em uma lanchonete de fast food e comprar dois gigantescos hambúrgueres, acompanhados de batata grande e refrigerante.
A casa ainda estava escura e deserta. Ligou o toca fitas e deu uma olhada na rua. Nada anormal, pensou. Fechou os olhos e deixou sua mente vagar. Começou a comer enquanto observava cada extremidade da rua, na esperança de que sua vítima aparecesse, mas nada aconteceu. Tempo depois, já empanturrado e acompanhado pelo som de Nothing Else Matters, do Metallica, ele fechou seus olhos e encostou a cabeça no encosto do banco, lembrando-se de Lisa. Ficou um pouco surpreso ao perceber que não se sentia triste por ter terminado. Foi muito bom enquanto durou, mas Dean percebeu que não a amava o quanto pensava, estava lidando com aquilo muito fácil. Lembrou-se, então, de Kathy, a garçonete, e de como ela estava sexy em sua blusa azul colada e o jeans claro marcando suas curvas, tinha uma bela bunda.
Sem perceber, Dean já estava fantasiando com a loira, sua mão deslizou pelo zíper da calça e a desabotoou, colocando seu membro, levemente rijo, para fora. Seus olhos se apertaram com a mesma intensidade que seus dedos em volta do pênis e um sobe e desce, ora lento, ora rápido, foi iniciado. Ele abriu os olhos, de repente, percebendo o que estava fazendo, uma idéia surgiu em sua maliciosa mente e ele tornou a guardar o membro na calça.
- Quer saber? Que se dane, vejo você amanhã, Elliot. – E dirigiu de volta para o bar.
Chegou a tempo de ver Kathy saindo pela porta dos fundos, provavelmente já acabara seu turno. Dean pegou o celular e discou seu número.
- Alô?
- Oi gata, olhe para trás, quer uma carona? – Havia descido do carro e estava encostado no capô quando Kathy olhou para trás e sorriu.
- Claro, por que não? – desligou o telefone e foi até Dean. Ele abriu a porta do carona para ela e entrou do outro lado.
- Pra onde? – Dean sorriu malicioso.
- Esquerda, ande duas e vire à direita. – Ele obedeceu. – Então, Dean, ainda não disse o que veio fazer aqui.
- Eu sou um viajante, estou sem rumo. Estava cansado e paramos para passar a noite, eu e meu irmão. Vamos ficar mais alguns dias até estarmos descansados o suficiente.
- Esquerda de novo... Ali, aquele prédio logo à frente. – Dean parou o carro na frente do prédio indicado e olhou-a. – Quer subir um pouco? Tomar alguma coisa talvez. – Ela sorriu.
- Claro, por que não? – Disse ele, imitando-a. Subiu as escadas e encontrou um apartamento simples, mas bem arrumado. Ela abriu a geladeira e tirou duas garrafas de cerveja e entregou uma a ele. – Tá aí, uma mulher apreciadora de cerveja. Adorei.
- Tive muita influência do meu pai, ele me criou sozinho e... – Ela deu um suspiro triste.
- Tudo bem, não precisamos falar sobre isso. Podemos... simplesmente... – Aproximou-se dela, colocando sua mão em seu rosto, contornando seus lábios com o polegar, então a puxou para si, beijando-a com vontade e ela, correspondeu.
***
Dean abriu a porta do quarto e entrou de mansinho para não acordar o irmão. Já eram nove horas da manhã. Logo ele acordaria. Mas é claro que ele tropeçou em alguma coisa jogada no chão, ou não seria Dean. Sam acordou e olhou para o irmão, sem acreditar no que estava vendo.
- Dean, por que, raios, está chegando a essa hora? Vai me dizer que Elliot só chegou agora?
- Elliot, merda. Ah então, eu adormeci e nem vi quando ele chegou, resolvi voltar para cá, tomar um banho e voltarmos lá ver se ele já chegou e...
- AH NÃO. Não vai me dizer que você estava com a garçonete. – Dean deu um longo suspiro e encarou o irmão.
- Quer saber, eu estava. Sam, você não manda em mim.
- DEAN, COMO PODE SER TÃO INSENSÍVEL? VOCÊ TERMINOU UM RELACIONAMENTO POR TELEFONE E NO MESMO DIA JÁ TRANSOU COM OUTRA...
- SAM, CHEGA. EU SOU ADULTO E FAÇO O QUE BEM ENTENDER E O PROBLEMA É MEU, SÓ MEU! Se isso tem que pesar na consciência de alguém, é na minha. E se quer saber, eu não amava mais a Lisa. – Soltou sem pensar e encarou Sam que se calou. Sentou-se na cama ainda o olhando, e desamarrou os cadarços do sapato.
- E quanto ao Elliot?
- Eu não sei, achei que era melhor falar com ele hoje de dia. Seria menos intimidante.
- Certo. Espero que nosso fantasma psicopata não tenha matado mais ninguém essa noite.
***
- Claire, acho que ouvi algum barulho. Tem alguém abrindo a porta, é sério.
- Deixe de ser medrosa, Jenna, você acredita mesmo no que o idiota do Elliot fala? Não há nenhum fantasma de ninguém aqui matando todos que entraram nessa casa.
- Mesmo assim, há um assassino na cidade e se ele estiver escondido aqui? Vamos embora Claire, por favor.
- Uhuul, fantasmaa! Cadê você? – Claire zombava da cara de medo da amiga. Jenna olhou atrás de Claire e viu um rosto flutuando, os olhos esbugalhados com um sorriso maníaco, gritou com todo o ar de seus pulmões e Claire riu, virando para onde Jenna estava vidrada e parou imediatamente, agora assustada também. – A-Amanda? – Jenna ainda gritava e chorava, Claire estava se afastando. Amanda, o fantasma, sorriu ainda mais diabólica e, agora, todo o seu corpo pálido e quase transparente, era visível.
- Olá Claire, veio procurar um fantasma? Tsc, tsc. Você deveria acreditar mais na palavra do idiota do Elliot. Crianças idiotas que gostam de assustar os outros, pregar peças. Elliot conviverá com o medo o resto da vida, ah sim, eu o assombrarei todas as noites. Sabe Claire, o que acontece com vocês, idiotas que perturbam outras pessoas? Vocês morrem! – Amanda deu um olhar macabro para Claire e a segurou pelo pescoço quando a porta abriu com força e dois homens entraram com armas e um deles atirou no fantasma que sumiu.
- Você está bem? – Sam chegou perto de Jenna que ainda soluçava, Claire havia desmaiado nos braços de Dean.
- Sim, eu acho... Eu quero ir para casa, por favor.
Sam apertou a garota nos braços e andou até a porta por onde tinham acabado de entrar, mas esta parecia emperrada. Socou-a algumas vezes, mas não se moveu um milímetro. – Sinto muito, provavelmente ela nos trancou aqui dentro depois de termos entrado, será impossível sair daqui.
- Sammy, vou procurar o tal alçapão que Elliot falou. Cuide das meninas. – Colocou a menina no chão e saiu ainda resmungando. – Malditos adolescentes, sempre envolvidos nessas histórias de casas mal assombradas e... – Os passos dele na escada abafaram as lamúrias.
- Sam? É esse o seu nome, não é? O que aconteceu aqui? Por que Amanda quis matar a Claire? – Ela soluçava e estava aos prantos. – Ela sempre foi tão quieta, tão na dela, nem respondia quando a maltratavam na escola.
- Já ouviu falar sobre adolescentes que sofrem bulling? Levam uma arma na escola e matam todos os estudantes e depois se matam? No caso dela, ela morreu primeiro e agora iria matar todos os estudantes que já zombaram dela.
- Co-como assim? Então ela... morreu...?
- Há quatro dias, ela, Elliot e Jennifer vieram aqui, como você e Claire. Jennifer resolveu pregar uma peça e a jogou em um alçapão e a trancou lá. Achou que seria divertido, Elliot nada fez para impedir. Os dois foram embora e no outro dia a noite vieram “resgatá-la”, mas assim que entraram, ela estava parada no começo da escada. Eles perguntaram como ela saiu de lá. Ela respondeu que não havia saído, mas tinha encontrado uma espécie de faca lá dentro e tinha se matado. E quando acordou novamente, podia fazer o que quisesse. Então ela amarrou Elliot, e torturou Jennifer até a morte. Depois, soltou Elliot e disse que ele nunca mais se veria livre dela. Desde então ele não consegue dormir e ela o assombra todas as noites. Todos os adolescentes que vêm aqui são mortos por ela e depois levados para casa, como se o assassinato tivesse ocorrido lá.
- E como você sabe de tudo isso?
- Eu e meu irmão ficamos intrigados com esse caso e fomos falar com Elliot, ele não queria nos contar, disse que ninguém acreditaria, mas acabou falando. Então viemos o mais rápido que pudemos.
Claire estava acordando agora quando um barulho foi ouvido do andar de cima.
- SAM, SAMMY, EU PRECISO DE AJUDA AQUI, CARA! – Os berros de Dean ecoaram pela velha casa.
Sam deus uma arma de sal para cada uma. – Fiquem aqui. Isso é carregado com sal, não mata o fantasma, mas o deixa mais lento e o faz sumir por alguns instantes. Conseguem se defender sozinhas?
- Acho que sim.
- Ótimo! JÁ ESTOU INDO DEAN!
- RÁPIDO!
Sam pegou outra arma e subiu correndo, viu Amanda em cima do irmão e ele tentando se livrar dela, com a camisa rasgada e alguns arranhões sangrando. Mal pensou e atirou nela, o que não fez nenhuma diferença. Ela olhou para Sam e grunhiu, voando, agora, para cima dele, jogando-o na parede e o enforcando, tinha os olhos vorazes. Sam se debatia enquanto Dean, fraco, alcançava a arma de sal para atirar no fantasma. Caiu sentado quando ela desapareceu e apalpou o pescoço, ainda respirando com dificuldade.
- Ali Sam, me ajude a abrir aquele alçapão.
Sam levantou, ainda cambaleando, pegou o revolver e atirou no trinco, umas três vezes até acertar. Dean abriu a portinha rapidamente e enxergou o cadáver de Amanda, ainda inteiro e com um terrível mau cheiro.
- Oh cara, ela fede. – Fez um gesto indicando ânsia, mas pegou o sal e jogou pelo cadáver. – Toma essa, filha da puta.
Amanda reapareceu gritando, emitindo um grunhido muito estranho e derrubou Dean, também fazendo um corte feio em seu braço, mas logo após, foi derrubada com outro tiro de sal. Sam olhou para o irmão e ergueu os ombros, sem saber de onde viera o tiro, olhou para o outro lado e Claire estava parada na porta do quarto com a espingarda em mãos, tremendo um pouco. Dean jogou álcool no corpo o mais rápido que pôde e riscou o fósforo, jogando-o dentro do alçapão Ao mesmo tempo o fantasma Amanda gritava e ia desaparecendo conforme seu corpo queimava, como se também estivesse em chamas.
Respiravam com dificuldade, por conta dos ferimentos, e sentiam suas gargantas queimarem. Claire ainda tremia com Jenna a sua cola, choramingando. – Sabe, acho que nunca mais vou querer ir a alguma casa mal assombrada. Sério. – Disse entregando a arma a Sam.
- Você leva jeito garota, já pensou em se tornar caçadora? – Dean deu uma risada enquanto ela fazia uma cara de que não tinha entendido absolutamente nada. – Ok, é claro que não, você nem sabia da existência do mundo sobrenatural.
- Quer dizer que existem muito mais além de fantasmas? – Claire estava um pouco assustada e animada ao mesmo tempo, e essa atitude fez Dean arregalar os olhos.
- Ah sim, tudo que você puder imaginar.
- Chega Dean, já estragamos nossa vida com essa coisa de salvar pessoas, caçar coisas. Não desejamos isso a mais ninguém.
- Mas se agora eu sei que essas coisas existem e matam pessoas, como eu posso conseguir dormir em paz, sabendo que alguém pode estar morrendo sem saber o porquê, e eu sei? – Ela estava indignada com o desprezo de Sam. Dean sorriu para ela.
- É o que eu sempre digo. Vamos Sam, precisamos nos limpar.
Levaram as meninas para suas casas, Jenna em estado de choque, Claire sem parar de perguntar o caminho inteiro, e voltaram para o motel, Dean tomou banho primeiro e depois enfaixou o peito que ainda sangrava um pouco, Sam fez a mesma coisa.
Dean se jogou só de cueca na cama e virou para Sam que ainda enfaixava o braço. – Agora vamos dormir por umas 20 horas e amanhã, pé na estrada!
Esse capítulo deu trabalho.. POAKSPOAKSPOAKSPOAOPSA a falta de criatividade das duas foi tensa... mas nós demos um jeito e ficou um capítulo bem legal e com menos sexo hihi *----*
ResponderExcluirEspero que gostem <3
Eu simplesmente ADOREI!
ResponderExcluirFalta de criatividade,imagina se vcs estivessem com a veia criativa pulsando hein!
Como supernatural fan,claro que curto mais a parte em que os meninos aparecem.
Mas o que tenho a elogiar é que vcs em nenhum momento fazem a gente se esforçar pra imaginar a cena,é tudo muito bem detalhado até a reação das personagens,de forma que quando eu termino ler posso jurar que acabei de assistir uma série.
E bem dito pela Liah,desenvolveram esse capitulo com em menos sexo e isso é bacana por que assim podemos focar mais na história,no desenrolar dos fatos.
Não é que eu não goste das partes com sexo,mas é que penso assim.
Nas séries e filmes as cena podem ser feitas em 3 ou 4 minutos até por que são cenas e não tem necessidade de descrição,já na escrita como a riqueza de detalhes é imensa perde-se um pouco de tempo e meio que deixamos o foco meio de lado.
Mas achei esse capítulo perfeito,adorei mesmo!
Vcs estão de parabéns meninas *_*
AAAHHH *------------* ~aperta a Lena
ResponderExcluirMuito obrigada meeesmooo *o*
Mas é sério... a gente demorou eras pra terminar essa capitulo, ficamos enrolando e travamos em um monte de parte HAHAHAHAHAH sorte que a gente derepente se inspirou e tudo ficou bem *---*
E é claro que o mais importante da história são os fatos, o sexo é um brinde HAHAHAHA
Ficamos muito felizes que vc esteja gostando *---*
Olha vcs escrevem muito bem eu sou a @Valleria do @JAcklesBrasil e vou indicar vcs!! só manerem nas partes com sexo pq tem crianças q gostam de Supernatural e HP TÁ BOM?
ResponderExcluirBJUS!